quinta-feira, 8 de maio de 2014

Hidrovia Tietê-Paraná vai limitar navegação a 30%


O DH (Departamento Hidroviário) do Estado de São Paulo responsabiliza o Governo Federal pela restrição no transporte de carga na Hidrovia Tietê-Paraná, que segundo o órgão, desde o início do ano registra um prejuízo de cerca de R$ 700 milhões em cargas que deixaram de ser transportadas em razão do baixo nível do calado (distância entre a quilha do navio e a linha de flutuação, ou seja, a profundidade em que cada navio está submerso na água).

Segundo nota encaminhada ontem pela assessoria de imprensa do DH, o governo estaria priorizando a geração de energia elétrica pelas hidrelétricas, por conta do medo de haver novos "apagões", em detrimento da navegação para transporte de carga.

"A hidrovia Tietê-Paraná está com a movimentação restrita desde fevereiro de 2014 em função da crise no setor energético - Governo Federal- que está direcionando a água para geração de energia em detrimento da navegação", consta em trecho da nota.

De acordo com o DH, a atuação do governo, mais a grave estiagem que afeta todo o Estado, tem mantido o nível do calado da hidrovia em níveis mínimos. 

O DH já comunicou as operadoras da hidrovia, sobre o novo limite do calado, que desde ontem, dia 7, passou de 2,30 m para 2,20 (mínimo exigido para navegação com segurança).

Mesmo com novo patamar, os comboios continuam obrigados a obedecer o limite de 4 mil toneladas de cargas, situação que já vinha ocorrendo desde o início do ano. Segundo o DH, a hidrovia Tietê-Paraná opera com movimento anual de 6 milhões de toneladas de cargas.

O órgão informou que está em tratativas com O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) desde o início do ano para tentar garantir a navegação na hidrovia e manter os níveis mínimos dos reservatórios. 

Os contatos com o governo Federal (ONS e ANA) foram reforçados para evitar que o nível dos reservatórios abaixe mais e com isso, o calado da hidrovia.

Por conta da estiagem, uma das piores dos últimos anos, a hidrovia perdeu 30% de sua capacidade de trasporte de carga.

PREJUÍZOS E DEMISSÕES
O empresário Nelson Michielin, diretor da DNP Indústria e Navegação, avaliou que terá prejuízo de US$ 25 milhões. A empresa, que atua no rio há mais de 20 anos e tem exportadores como principais clientes, vai dispensar 250 funcionários. “Não temos como ficar oito meses parados”, afirmou o empresário ao início do próximo ano, quando está previsto o início do período chuvoso.

Por: DH


Equipe Logos

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