segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Avaria: causa determinante para quebra na cadeia de suprimentos.

Boa noite Caro(a) Leitor(a).

Avaria no transporte é um grande problema, pois além de causar danos diretos ao material inutilizando parcial ou totalmente a mercadoria, provoca uma ruptura na cadeia de abastecimento de materiais. Quando um material transportado é avariado, o primeiro ponto a ser afetado é o cumprimento de prazos em diversos pontos da cadeia, devido à necessidade de retrabalho na aquisição, na fabricação e na compra de um novo produto, pois a solução para o problema sempre será a reposição ou conserto do produto avariado. Mas repor, ou consertar, não é uma ação tão simples, envolve novas operações em torno do caso que gera custos desnecessários se ações preventivas houvesse.

A avaria provoca uma ação retrógrada na cadeia, no qual o produto tem que voltar à origem ou ser descartado no ponto em que a mesma aconteceu, para que seja iniciada uma nova operação para recolocação de um novo produto. Esta operação envolve diversos profissionais, motoristas e auxiliares, líderes operacionais, gerentes, responsáveis por transmitir e acompanhar as informações que serão passadas ao cliente, pagador do frete que por sua vez  iniciará uma nova operação para produzir ou adquirir um novo produto e dependendo da complexidade,  esta ação poderá atingir vários elos dentro da cadeia. 

Além da reposição do produto, envolvendo setores de produção, compras, também se envolve a equipe de pós-vendas que negociará novos prazos e tentará amenizar o transtorno causado. Dependendo de como o consumidor  final for afetado, além da perda da receita, do custo desnecessário, pode se perder um cliente. Em casos como licitações públicas, por exemplo, pode haver  multas pesadas entre outra punições.

Não podemos esquecer das indenizações, no qual o transportador deverá indenizar seu cliente, que por sua vez poderá ter que fazer o mesmo junto ao consumidor final, em valores superiores ao do produto se houver ação judicial. O problema com avaria é maior no transporte de cargas fracionadas, por onde são movimentadas mercadorias de diversos valores e características físicas. As movimentações no transporte de cargas fracionadas é maior, pois há ações de carga e descarga entre veículos de coleta/entrega e terminais de carga, sendo os produtos expostos a várias possibilidades de avaria como impactos, vibrações, compressões e perfurações, podendo também ser molhadas no ato da coleta/entrega em terminais ou baús de caminhões com problemas de vedação. 

A prevenção é muito importante, pois a avaria tem participação significativa na perda de receita das transportadoras. Na prática, elas deveriam estar muito próximas de zero, mas vários fatores têm contribuído para seu aumento e descontrole. Mas de quem é a culpa afinal? Se a avaria ocorreu no transporte, a total responsabilidade é do transportador correto? Não, apesar do ressarcimento no valor total do produto ou de forma parcial, a responsabilidade pela avaria nem sempre pode ser atribuída somente ao transportador. Temos que analisar as causas da mesma e sempre buscar melhorias no processo em toda a cadeia. 

O transportador deve investir em  treinamento operacional para sua equipe, para que o carregamento e manuseio da mercadoria seja feito da forma correta, respeitando simbologias e resistência de produtos e embalagens, bem como a posição do produto dentro do veículo de transporte. Mas um dos principais fatores que levam a avaria está relacionado à qualidade das embalagens, em que muitos se preocupam com publicidade e custo, não se preocupando com a eficiência logística, pois a má qualidade pode afetar a integridade física do produto.

A embalagem deve garantir a integridade do produto suportando o excessivo manuseio do volume. O produto após embalado passa por diversas situações até chegar ao consumidor final, da produção para a armazenagem, desta  para um veículo de coleta, podendo ser levado à um centro de distribuição ou uma transportadora no qual será descarregado em um terminal de cargas na origem, passando novamente por processos de descarga, separação, identificação e carregamento em um novo veículo de transferência que poderá seguir para o terminal de destino ou passar antes por um terminal de consolidação de cargas. A mercadoria sofrerá diversos embarques e desembarques até chegar ao seu destino, podendo sofrer outras movimentações até a utilização final.

Portanto, a embalagem deve ser tratada de forma estratégica, levando em consideração todas as possibilidades. Muitos não se preocupam, consideram apenas o custo e a publicidade, sabendo que se a embalagem não suprir as necessidades comprometendo a integridade do produto no transporte, serão indenizados pelo transportador, mas não enxergam todos os demais desgastes que a avaria poderá causar. Lembre-se sempre, o reprocesso, o retrabalho, a quebra na cadeia e o atraso na entrega do produto  faz com que as empresas deixem de ser competitivas e não atinjam a satisfação dos consumidores finais. Engana-se quem acha que economizar recursos é adquirir com má qualidade. Para ser competitivo temos que reduzir custos com desperdícios, e expor nossos produtos às perdas e danos, é desperdício!

Escrito por Marcelo J. Oliveira.
Técnico em Logística

Grande Abraço.
Equipe Logos.

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